O presente trabalho dedica-se a observar a memória social plataformizada em dinâmicas digitais, enquanto fluxo e terreno de disputas ideológicas, lugar de esquecimentos e não-existências a partir de objetos de memória criados com expressões artísticas na cidade. O estudo partiu da observação preliminar, na plataforma social Instagram, da diferença de circulação de objetos de memória relacionados ao festival de arte urbana Cura e o Slam Clube da Luta, competição de poesia falada. Ambas as manifestações artísticas se dão no território do centro de Belo Horizonte. Para compreender tal diferença, observamos três eixos fundamentais formulados a partir da pesquisa bibliográfica. São eles: circulação, natureza da manifestação artística e categorias de memória. A análise abrangeu postagens relacionadas às hashtags identificadas como marcadores dos dois eventos. Investigar a diferença de circulação nos permitiu perceber os esquecimentos definidos por diversos atores em todo o processo: desde as escolhas expressivas relacionadas à natureza das manifestações artísticas, passando por suas táticas na plataforma, a atuação dos usuários e a atuação da própria plataforma, por meio de sua programação. Ao final, pudemos observar que, no meio digital, o papel de arconte, aquele que guarda e ordena o arquivo, se encontra distribuído entre atores mais ou menos evidentes.